5.23.2009

VOTO EM BRANCO

Não vou dizer que a democracia está obsoleta. Não vou dizer que a democracia, tal como a conhecemos, não o é. Enfim, não vou falar daquilo que vocês já sabem (espero eu que o saibam). Vou falar daquilo que quase ninguém sabe, nem quer saber.

As eleições legislativas aproximam-se, e as opções resumem-se a duas:

- continuar sem opções;
- criar opções.

Não é entre PS e PSD. Não me interessa votar na mão esquerda, ou na mão direita, ambas pertencem ao mesmo corpo corrupto. Não, é entre ter um governo ou ter um circo. É entre votar nas mesmas caras de sempre ou em novas caras. É entre votar no status quo e naqueles que o querem manter, ou votar em outros quaisquer.

E como os outros quaisquer não existem, nós precisamos de os criar, de exigir, de demonstrar a demanda por outra coisa qualquer. Como?

Voto em branco. Não é riscar o boletim, nem fazer desenhos, nem rasgá-lo, não. É votar em branco, colocar o boletim, imaculado, tal como nos foi entregue, dentro da urna. Se a maioria votar em branco, as eleições têm de ser repetidas, mas com novos candidatos. Giro, não é? O país votaria em branco até que candidatos sérios, com programas eleitorais sérios e realistas, se apresentassem.

Poderiam ser preciso mais que três eleições, mas ficaria bm claro que não aturaríamos mais palhaçada.

Ou isto ou explodir com o Parlamento no dia 5 de Novembro.

PORTUGAL... É NOSSO PARA O BEM E PARA O MAL

Bem diz o Sérgio Godinho que Portugal é nosso para o bem e para o mal. Uma frase tipicamente portuguesa, ensopada de conformismo e encolher de ombros. "... que se há-de fazer...?".

Nesta entrevista de Mário Crespo, Medina Carreira não nos diz o que fazer, nem precisa. É uma descoberta automática, depois de sabermos o que se passa.







Se não há evolução, venha a "re-volução". Se o bife está a queimar há que o virar.

4.29.2009

ZEITGEIST 2: ADDENDUM - EXCERTOS COM JACQUES FRESCO

Um apanhado da participação de Jacques Fresco e da influência do seu The Venus Project no documentário Zeitgeist 2: Addendum.





O documentário completo e legendado está disponível para download por torrent ou visualização directa em www.zeitgeistmovie.com.

Um e-book gratuito de Jacques Fresco - Designing The Future

CRISE??? (O PORQUÊ)

Vamos lá então falar da morte do sistema monetário? Sim?

Não. Vamos ver.

O VALOR DAS COISAS

Um artesão tem uma moeda de um centavo, um clip de metal e um berbequim. O artesão fura a moeda com o berbequim. Abre o clip e enfia-o pelo buraco da moeda. Volta a fechar o clip, ficando a moeda pendurada neste, pelo furo. Acabou de criar um brinco. Repete todo o procedimento, com outra moeda e outro clip. Tem agora dois brincos de um centavo. Quanto podem custar estes brincos?

Um estilista de renome internacional tem uma ideia semelhante, e cria um vestido cuja malha é feita de moedas, como que lantejoulas. Para conseguir este efeito, o estilista utiliza centenas de moedas de um centavo. A pergunta é a mesma. Quanto poderá ele cobrar pelo vestido?

Qual o valor das coisas? Dos materiais? Das ideias? Da mão de obra? Da originalidade? Um centavo vale quanto depois de transformado num acessório de moda?

Quanto custariam umas All Star, cujo o tecido teria estampado o padrão da Louis Vitton? O mesmo que todas as All Star? Mais? Muito mais? O produto é o mesmo. Porque vale um papel de parede com vários "L" e "V" uma exorbitância quando usado em malas de viagem?

Não estou a falar de consumismo. Estou a falar do valor das coisas.

Porque vale o nosso dinheiro a quantia que lhe atribuímos? O que é um Euro? São duzentos escudos? O que é um escudo? Que valor têm as coisas?

Aquele que lhes atribuímos? Mas o que é o valor? É dinheiro? O dinheiro é um valor atribuído. Como atribuir valor através de valor atribuído? Vale mais um litro de água potável ou um quilo de ouro maciço? O ouro dá para rentabilizar, fazer peças de joalharia, botões de punho, relógios, coisas às quais atribuímos mais valor (atribuído) do que a um litro de água, fonte inegável da vida. Claro que num deserto preferíamos a água ao ouro. E mesmo para os mais materialistas, depois de horas a caminhar ao sol do deserto, com o ouro na mão, seria a água que lhes apareceria em alucinações.

Mas longe de mim querer implicar que a água tem mais valor que o ouro. Afinal as coisas têm apenas o valor que lhes damos, lhes atribuímos, como indivíduos, e principalmente como sociedade.

Daqui, seria muito fácil para mim levar a discussão para a morte do sistema monetário. Mas por hoje já questionei o Dogma numa dose razoavelmente perigosa para os vossos sistemas imunitários, meus caros carneiros. O lobo mau despede-se. Pssst, não digam nada ao pastor ;)

3.20.2009

A JUSTÇA É UM AUTOCLISMO AVARIADO

Não pela primeira vez, tive uma epifania na casa de banho, a fazer aquilo que a sociedade se compromete a desempenhar, sem no entanto cumprir: expelir a porcaria, e mandá-la cano abaixo. Levanto-me, dou a descarga, e lavo as mãos. Depois constato que o filho da puta (não irá ter outro nome este ilustre cagalhão) ficou ali, a boiar, mesmo após uma tempestade de 5 litros na escala de Richter, esse alemão panasca que gosta de sacudir o Planeta. E aí percebi tudo!
A Justiça é um autoclismo avariado. Toda a gente sabe onde está a merda, toda a gente sabe como a limpar. E eu não sou diferente, uso papel higiénico, e de vez em quando toalhetes Dodot (indiscritível a sensação de frescura). Depois de um gajo usar os mecanismos padrão para se livrar da merda, eis que um se vira contra o outro. Dou a descarga e lá se vai o coitado do papel sacrificado, e o raio da merda fica ali, a olhar para mim, feito náufrago do Titanic, a acenar-me como quem diz, ainda "sobrevivi, estou vivo". Mas que raio de mundo é este em que a merda, mesmo depois de ostracizada e encurralada no vaso sanitário cheio de água, sobrevive às fúrias e tormentas do autoclismo? enquanto que o papel higiénico que nos é disponibilizado para nos livrar da merda, acaba por ficar também borrado, en-merdado (fica decidido aqui e hoje, é assim que se escreve esta palavra) e por fim sacrificado antes e em preferência aos culpados desta merda toda, esses filhos da puta, os cagalhões!!! Mas é sempre assim, não é? O grande "malfeitor" escapa. Já o papelinho, aquele que não tem outra hipótese se não chegar-se à merda, esse é logo julgado e condenado, pública e judicialmente. Nem neste nem em nenhum país deste planeta os cagalhões vão pelo cano abaixo. Podem ir presos, mas sobrevivem sempre, ilesos, a boiar depois de todo o reboliço mediático em torno da questão. A memória é curta, meus senhores, é o que vos vale. Se soubesse em que ano estou e como me chamo dizia-vos das boas.

Mas lavo as mãos desta questão, faço a minha parte, quem não cumpre é o cagalhão, e afinal saber nadar é um arte.

2.06.2009

Biomimicry - Introdução

Energia Solar não é um conceito novo, mas ironicamente é um conceito renovável. Como o são as restantes energias renováveis, na forma de conceitos. Todos os dias a tecnologia e a aplicação da mesma sofrem alterações, melhorias, renovando assim as ideias que produzem as nossas energias renováveis. Mas eu quero falar é da Biomímica, um conceito inovador e, de novo, renovador. As melhores soluções para tudo já existem. E estão na Natureza. Fruto de biliões de anos de adaptação e evolução, num processo ainda em movimento, a Natureza ensinou ao Homem, atento o suficiente para a observar, as soluções para as necessidades da nossa espécie. A Agricultura é uma tecnologia, possível apenas àquele que conhece o funcionamento da Natureza, o solo, a estação do ano, o clima. Vejamos neste vídeo que forma ganha esta nova maneira de captar energia solar. Será que foi por acaso?